Os loucos dos filmes

Semana passada, recebi o seguinte release jornalístico:

"Prezado Sr. Rodrigo Alves

Na próxima segunda-feira, dia 31 de agosto, na locadora 2001 da Av. Sumaré 1.744, em São Paulo, a partir das 19h30, vou comemorar os 30 mil filmes assistidos (está tudo registrado em cadernos desde criança, por isso tenho o numero certo, na verdade 30.165!).

Gostaria de contar com a sua presença.

Obrigado,
Rubens Ewald Filho"

30 mil!? O homem é louco. Estive fazendo as contas. Nascido em 7 de março de 1945 (é isso mesmo que você pensou: ele pinta a barba e o cabelo!), aos 64 anos Rubens já viveu exatamente 23.553 dias até hoje (conte seus dias em http://www.dayofbirth.co.uk/). Quer dizer: em média ele viu 1,27 filme por dia vivido, se tivesse a capacidade de assistir ao primeiro assim que pulou para fora da mãe.

Como ele deve ter começado depois de uma certa idade, essa média na realidade é ainda maior. Sabe como ele faz para conseguir? Segundo ele mesmo, assite a dois ou três ao mesmo tempo. Já vi matérias com ele mostrando os televisores um ao lado do outro, com os filmes passando. Resta saber qual é a qualidade da crítica cinematográfica deste homem. Duvidosa, não?

Como os doidos andam em pares, também reconheço minha cota de loucura. Desde fevereiro deste ano, toda vez quando me sobra um tempinho, estou aos poucos tentando montar uma lista de todos os filmes a que já assisti.

É muito mais difícil do que imaginava (além do que descobri que até hoje assisti a muita porcaria). A meta é terminar até o fim do ano. A Erika tem me chamado de louco e concordo. Mas já estou muito curioso: de quanto será a média diária que este louco aqui, que viveu até hoje 9.325 dias, alcançará? Façam as apostas.

Penicão, não

Hoje quebrei a rotina a que me impus na academia desde que comecei a engordar e decidi que iria perder os extras. Para isso, estava correndo um dia e nadando outro.

Hoje era dia de nadar.

Ao chegar na academia, fui supreendido, porém, com um pedido do professor para nadar em uma raia específica. A princípio achei estranho, porque o restante da piscina estava vazio.

- Tem de ser naquela raia, porque aconteceu um acidente - disse o gaiato.

Intrigado e já desconfiado, perguntei:
- Como assim, acidente?
- Um bebê da aula anterior não se conteve.
- Você quer dizer que ele ca... na água?
- É - disse o pilantra com cara de riso - A gente vai ter de aspirar a água.
- Vai ter de trocar, né. E por que você está deixando aquele rapazinho nadar lá agora...?
- Foi ele que quis. Eu contei...

Fique de olho no que você consome por aí

O aviso está claro: preste bastante atenção no que você anda (re)consumindo por aí. Explico o porquê.

A polêmica foi instalada depois que a cantora Kelly Clarkson (a loira) deu estrevista à CBC do Canadá dizendo que desconfia que foi passada para trás, queimando feio o filme de um parceiro de indústria cultural.

Sabe a música da Beyoncé (a negra), Halo, a que grudou quando você assistiu a novela das oito? Pois é, ela foi produzida pelo mesmo cara – Ryan Tedder, produtor e também vocalista do grupo One Republic – que fez o carro chefe do novo CD de Kelly, Already Gone. O esperto também escreveu a chatíssima Bleeding Love, da Leona Lewis, que por sua vez só não gravou Halo por questão de agenda (o agente dela, o mesmo da Susan Boyle, ficou irado).

Para quem não lembra, Kelly venceu o American Idol e estorou com canções como Breakaway e Because of You. Quando ela estava escrevendo Already Gone na base dada por Tedder, a música da Beyoncé estava sendo lançada. Quando o CD estava para sair, ela se deu conta da semelhança e ficou com medo de ser acusada de plágio, mas a gravadora não quis segurar a música.

"Ninguém pensará 'ele deu a mesma música para as duas'. Pensarão que roubei", disse Kelly. Tedder achou as acusações absurdas, garantiu que as canções têm letras, conceitos e melodias diferentes e puxou saco da loira. "Nunca enganaria artistas fazendo com que gravassem músicas iguais. Quando ouvirem Already Gone, vão ouvir o mesmo que eu – uma das melhores vozes femininas dando vida à canção que ajudou a escrever." Beyoncé ainda não se pronunciou.

Para mim, toda essa história confirma o que está na cara. Nossos ouvidos e olhares domesticados estão sempre consumindo a mesmíssima coisa, com pequenas variações. Ouça e tire sua conclusão. Preste muita atenção nas introduções das duas músicas.

Halo - Composição: Beyoncé Knowles/ Ryan Tedder/ Bogart E. Kidd





Already Gone - Composição: Kelly Clarkson / Ryan Tedder

Cheirinho de casa e anjos

Humm! Já sinto o cheirinho da cebola fritando com açafrão na panela de ferro que vai cozinhar um frango bem carnudo. Nada melhor que voltar para os afagos da família, em dias em que todo mundo se reúne como o Dia dos Pais.

É engraçado como, com o tempo, a gente passa a ver as coisas com outros olhos. Pelo fato de estar longe há oito anos da casa onde cresci, vejo tudo com olhos diferentes, realista mas ao mesmo tempo romântico.

Continuo vendo um lugar em que a coisas acontecem mais devagar, onde as oportunidades são pequenas e a vida pode se tornar um marasmo. Mas agora também vejo como a rua em que brinquei tantas vezes parece cenográfica. Como a minha casa tem cheiro de conforto e como o dia de sol parece ainda mais brilhante ao redor dela.

No MP3, durante a viagem de carro escuto uma música que me faz lembrar de quando descobri o ABBA nos bolachões antigos que minha mãe costumava escutar. A seguir, a letra da canção do grupo sueco, que criou um jeito divertido de música pop, que me faz lembra da infância.


I Have a Dream
Benny Andersson e Björn Ulveaus

I have a dream
a song to sing
to help me cope
with anything
if you see the wonder
of a fairy tale
you can take the future
even if you fail

I belive in angels
something good in
everything I see
I belive in angels
when I know the time
is right for me
I'll cross the street
I have a dream

I have a dream
a fantasy
to help me through
reality
and my destination
makes it worth the while
pushing through the darkness
still another mile

I belive in angels
something good in
everything I see
I belive in angels
when I know the time
is right for me
I'll cross the street
I have a dream

A música, na voz da atriz Amanda Seyfried, no filme Mamma Mia!


Eu Tenho um Sonho
Benny Andersson e Björn Ulveaus

Eu tenho um sonho,
uma canção para cantar
Que me ajuda a enfrentar
qualquer coisa
Se você vê maravilhas
em um conto de fadas
Você pode agarrar o futuro,
mesmo se você falhar

Eu acredito em anjos
Algo bom em tudo que eu vejo
Eu acredito em anjos
Quando souber que é
a hora certa para mim
Eu vou atrevessar a rua
eu tenho um sonho

Eu tenho um sonho,
uma fantasia,
Que me ajuda atravessar
a realidade
E o meu destino
faz valer a pena,
Empurrando para a escuridão
mais outra milha

Eu acredito em anjos
Algo bom em tudo que eu vejo
Eu acredito em anjos
Quando souber que é
a hora certa para mim
Eu vou atrevessar a rua
eu tenho um sonho

Cuide da sua barriga

Ok. Todos, de um jeito ou de outro, precisam da aprovação dos que lhes cercam. Todo mundo queria ter um corpinho sarado.

Eu, óbvio, também quero minha lasquinha no paraíso dos corpos em dia. Por isso já está ficando bem chato todo mundo reparando que minha barriga cresceu.

Alô, povo! É a natureza! Deixa ela crescer à vontade, tadinha. Ela sofre tanto às vezes. Já não basta a comidas ruins que ela é obrigada a comer por aí. Deixa a coitadinha aproveitar o que tem de bom na vida.

Mas o que mais a chatea e a enerva é que algumas companheiras maiores que ela também têm a ousadia de "observar" que ela cresceu. Aí não dá.