terça-feira, 22 de maio de 2007

Eu também me divirto

Hoje posso dizer que me encontrei sendo jornalista da área cultural. Durante a faculdade tinha preconceito contra profissionais que cobriam cultura, caindo na mesmice de achar trabalho fácil, como até hoje acham alguns profissionais...

Obviamente depois que passei a trabalhar na editoria saquei que este tipo de jornalista trabalha tanto quanto em qualquer outra. Na maior parte das vezes uma matéria em segundo caderno consome a mesma energia que um repórter de Cidades, por exemplo, gasta para fazer uma matéria especial. Como factual em cultura é mais raro, a informação tem de ser "cavada".

A parte boa é que viaja mais que o normal das outras editorias. Nestas horas é que eu adoro ainda mais a área. E mesmo que a futilidade esteja presente em algumas coberturas, sem me acrescentar em nada como pessoa, me divirto muito.

Na semana passada cobri o Prêmio Tim de Música no Rio de Janeiro. Nunca vi tanto global debaixo do mesmo teto. Não que me importe muito (depois que conheci minha primeira celebridade, elas perderam o brilho), mas ainda perco o fôlego ao subir de elevador com Fernanda Montenegro ou sentir o perfume de Camila Pitanga – com todo respeito. E rio muito com as intrigras que a mídia "especializada" que cobre celebridades provoca:

– Alcione, o que você achou da briga entre a Luana Piovani e o Caetano Veloso?
– Mas o que aconteceu?
– Ela chamou ele de "banana de pijama".

Marrom pensa um pouco e responde:

– Ela tem de lavar a boca para falar dele.

Ha, ha, ha, ha. E mais uma briga via imprensa estava instalada.

Na foto, um flagra da calcinha de Luma que presenciei.

sábado, 12 de maio de 2007

De Black-Tie é mais elegante


Desde que decidi ser jornalista, sonhei realizar muitas coisas. Sonhei escrever matérias que ajudassem as pessoas a refletirem. Sonhei prestar um serviço, que para quem não é do meio parece mérito somente do veículo, mas que na verdade carrega 90% do suor de quem o faz.

Ontem, 28 corajosos jornalistas que trabalhavam no Diário da Manhã foram demitidos porque tiveram a dignidade de mostrar o sentimento de serem desreipeitados em seu direito básico de receber pelo trabalho realizado, vestindo-se de preto. Nunca trabalhei no DM. Meu caminho não cruzou com o de muita gente que está entre os 28. Mas admiro todos.

Assim como sonhei, sei que muitos também o fizeram. Que lutaram e lutam no dia-a-dia para burlar os interesses e as birras de empresários mimados que fazem "jornalismo" em que a última prioridade é o leitor/ouvinte/telespectador/internauta.

Só uma coisa a dizer a eles: Batam no peito de orgulho por não se calarem. Por agir. Por fazerem tudo o que podiam. Vocês deram o suor e merecem algo melhor. Se calar a boca de quem pede por condições melhores é a opção deles, é porque não sabem o que realmente é Jornalismo. Infelizmente quem perde são os leitores, que às vezes nem mesmo racionalizam que um bom jornal não brota sozinho e sim de mentes pensantes e inteligentes, mas que sabem reconhecer muito bem um bom. Alcancem vôos mais livres. E de black-tie, que é mais elegante.