sábado, 28 de junho de 2008

Rapidinhas - Fim de Férias

Algumas bobeiras sobre nada, dos últimos dias de férias:

- Fiquei impressionado com o número de pessoas que vieram comentar meu último post, pessoalmente ou por aqui. Teve até quem dissesse que se suicidaria se estivesse com vontade (rs).

- O diagnóstico é o seguinte: quando estou sem nada para fazer, estou longe da Erika e tenho tempo para me dedicar mais à música, cinema e literatura, fico mais deprê. É uma faceta interessante da minha personalidade múltipla.

- Perguntaram outra dia sobre minha timidez. Ela é engraçada: existe, mas não atrapalha. Volta e meio fico mais tímido, mas uma das coisas que o jornalismo proporcionou foi me ajudar a subjugá-la.

- Spada me ligou ontem para comemorar seu aniversário. Infelizmente não estava em Goiânia. Prezo-o muito e fiquei sentido de não dar um abraço pessoalmente.

- Finalmente acabou a saga Brasil-Bolívia-Peru reloaded no blog do Sartorato. Me senti como se tivesse refeito a jornada.

- Foram 10 dias na casa dos meus pais. Acho que nunca baixei tanta música da internet ultramegaveloz que meu pai instalou em casa.

- Escutando, outro dia, a Like a Virgin original da Madonna foi inevitável não lembrar da Lucimeire Santos dançado-a no meio de uma boate limenha, há exatamente um ano. Acho que estou meio anos 80, além de mais jazzístico, por esses tempos.

- Não gosto de James Blunt, mas ele tem realmente algumas composições acima da própria média, como constatávamos meu amigo Fellipe e eu em uma conversa esta semana. Descontando aquela bobeira de uh, uh, uh, uh e o fato de que a música ter se esgotado tocando toda hora naquela novela, ele escreveu um refrão lindo:

I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice
Give me reason, but don't give me choice,
Cause i'll just make the same mistake again

(Não estou pedindo uma segunda chance,
Estou gritando com toda a força da minha voz
Me dê razão, mas não me dê escolha,
Porque eu cometerei o mesmo erro outra vez)

Por mais, até não sei quando.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Tudo passa

Pretendia mostrar tudo que quero, mas a timidez não permite. Gostaria de ficar mais à vontade; a decência, no entanto, embarreira. Desejo escutar todas as músicas, mas não é possível. Tenho vontade de declarar vontades, de todos os tipos, e que só foram sussurradas.

Outras vidas, contudo, seriam afetadas. Para o mal. Resigno-me em minha condição. Felicidade é atingível? Acredito que sim. Dura? Quem sabe. Deprime porque pode ser para você, não para o outro. No minuto em que entra debaixo de sua pele, pode doer a ele.

Sou uma poeira no cosmo e, mesmo assim, me sinto universal. Compartilhei coisas boas, também boas para outros. Mas péssimas a terceiros. A experiência ensinou: fui, de qualquer modo, egoísta. Dá para ser feliz sem deixar marcas? Dói quando vejo que sou universal, de igual condição, e singular, de tão diferente.

Conforta, porém, o fato de tudo ser passageiro. Um viva, portanto, à efemeridade, que leva embora a felicidade e a vida, mas também as coisas ruins.

domingo, 22 de junho de 2008

Está no vento

Simples e filosófico. “Quantos estradas um homem precisará percorrer, antes que possam chamá-lo de Homem?”. Já pensou o que te faz digno? Qual é o sentido de ser o que é, a escolhas que faz? “Quantos mares uma pombinha branca deverá sobrevoar, antes que possa dormir na areia?”. O que temos feito com nossas vidas?

E “quantas balas de canhão serão atiradas, até que sejam para sempre banidas?”. Fazemos guerras para que mesmo? Petróleo, território, dinheiro? E “quantos anos uma montanha existirá antes que o mar venha e a leve?” Estamos mesmo cuidado do meio-ambiente ou é só marketing pessoal?

“Quanto tempo algumas pessoas continuarão a existir, até que as deixem ser livres?”. Você pensa no ser humano que está ao seu lado em casa, no trabalho, no trânsito? “Quantas vezes um homem pode virar a cara e fingir que não vê?”

“Quantas vezes é preciso que um homem olhe para céu até que realmente o veja?”. A indifereça fere, maltrata, mutila. E “quanto ouvidos um homem deverá ter até que escute o povo chorar de verdade? Quantas mortes haverá até que ele saiba que já morreu gente demais?”.

Sabe responder? Bob Dylan dá uma pista. “A resposta, meu amigo, está soprando no vento!”

Blowing In The Wind
Bob Dylan

How many roads must a man walk down, before they call him a man

How many seas must a white dove sail, before she sleeps in the sand
How many times must the cannonballs fly, before they are forever banned
The answer, my friend, is blowing in the wind
The answer is blowing in the wind

How many years must a mountain exist, before it is washed to the sea

How many years can some people exist, before they're allowed to be free
How many times can a man turn his head, and pretend that he just doesn't see
The answer, my friend, is blowing in the wind
The answer is blowing in the wind

How many times must a man look up, before he can see the sky

How many years must one man have, before he can hear people cry
How many deaths will it take till he knows, that too many people have died
The answer, my friend, is blowing in the wind
The answer is blowing in the wind

quinta-feira, 19 de junho de 2008

O valor de uma boa limpeza

Hoje descobri conscientemente de onde vem meu prazer em morar em um lugar limpo. Aliás, mais do que o prazer de estar em um local limpo, gosto de participar do processo de limpeza. O exemplo veio de dentro de casa. Não é por menos: minha mãe adora faxina. Cheguei à casa dos meus pais para passar alguns dias das férias em pleno processo de faxina. Arrasta móveis, lava janelas, joga a tralha inútil fora.

Mais do que estar em um local limpo, como eu, minha mãe adora limpar e organizar. Dá para perceber isso porque o papo dela está concentrado no assunto durante todo o tempo em que está trabalhando. "Tinha tanta sujeira debaixo deste móvel, fazia um tempo que estava querendo limpar." Entra ano e sai ano e escuto os mesmos planos. "Vou fazer uma limpeza pesada agora para depois ficar mais fácil." Nada a deixa mais satisfeita do que terminado tudo olhar para o chão, os móveis e coisas organizadas e ver que o esforço não foi em vão. Pelo menos por um curto espaço de tempo. "Seria bom se ficasse tudo assim, não é? Pelo menos uma semana", suspira.

Mas não. Não há milagre. No outro dia está tudo sujo. Não há nada mais injusto do que a sujeira e os sujões juntos. Você limpa e organiza, mas aí vem o tempo e as pessoas para estragar tudo. Eita, trabalhinho ingrato este doméstico. Cada vez que sujar um copo ou um prato, lembre-se que dá uma trabalhão lavar, enxugar e depois guardar no lugar. Quase ninguém dá valor a este trabalho. É fácil chegar, sujar e depois largar, se não é você que vai limpar.

Recomendo a todo mundo, pelo menos uma vez na vida, a tirar um dia para limpar a casa, arrumar a cozinha, lavar o banheiro. Tenho certeza que a experiência lhe trará mais consciência sobre este trabalho. Você pensará duas vezes antes de sujar ou bagunçar desnecessariamente. Nos acostumamos a valorizar trabalhos de resultados tidos como mais nobres, como uma casa bem construída, uma causa ganha, uma matéria bem apurada e escrita. Mas imagine morar entre a poeira, o lixo, bichos de todas as espécies e nunca ter um talher limpo para comer. Valorize.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Blogar ou não, eis a questão

Apesar de ser jornalista, confesso que sempre tive preguiça de escrever. Como disse certa vez Zuenir Ventura, "não gosto de escrever, gosto de ter escrito". Muito trabalho e outros projetos me fizeram deixar o blog de molho. Estou de volta, reformulado. Este espaço já teve jornalismo, crônica, maledicências, piadas, filosofia de esquina, ingenuidades. Foram textos legais e outros péssimos. Fazendo um balanço, vejo o quanto mudei. Há coisas muito medíocres, mas elas continuarão no arquivo, para testemunharem. O melhor de se fazer um blog é ver como você é mutável. A proposta agora é não ter proposta. Quero escrever o que quiser, quando quiser, sem censura, edição ou pré-julgamento de ninguém; isso já vivo como jornalista. É clichê, mas vá lá: quero mesmo é escrever e ser feliz. Até breve.