quinta-feira, 27 de outubro de 2005

Igual eu

Hoje farei uma coisa diferente. Em vez de um texto meu, vou publicar fragmentos de textos do escritor Mark Twain, destacados pela Veja desta semana. Achei o humor dele bem parecido com o meu. Este será o próximo livro que lerei.

O riso do cotidiano

" Suponho que os estrangeiros não apreciam nossa comida mais do que nós a deles. Não é de estranhar, pois o paladar se forma, não se nasce com ele. Posso elogiar o meu cardápio até não agüentar mais, porém o escocês balançaria a cabeça e perguntaria: – Cadê a lingüiça de sangue de porco? – E os nativos das Ilhas Fiji perguntariam: – Cadê o missionário?"
Do livro Um Mendigo no Estrangeiro, de 1880

"RECOMPENSA DE DUZENTOS E CINCO DÓLARES: No grande jogo de beisebol realizado na terça-feira, enquanto eu me ocupava em dar vivas, um menino pegou um GUARDA-CHUVA inglês, de seda marrom, de minha propriedade, e esqueceu de devolvê-lo. Gratificarei com cinco dólares quem entregar o guarda-chuva na minha residência, na Avenida Farmington. Não quero o menino (em nenhum estado ativo), mas pagarei duzentos dólares pelos restos dele."
Nota no jornal Hartford Courant, em 1875

"Respeitem seus superiores, se os tiverem. Respeitem também os estranhos e, às vezes, os outros. Se uma pessoa lhe ofender e você ficar em dúvida se foi proposital ou não, não tome atitudes radicais, basta esperar uma oportunidade e acertar um tijolo nele. Isso basta. Se descobrir que a pessoa não tinha intenção de ofender, seja sincero e confesse que agiu errado ao atingi-lo com o tijolo; reconheça isso como homem e diga que foi sem querer. Sim, evite sempre a violência, estamos em tempo de caridade e gentileza, tais coisas já não têm mais lugar. Deixem o uso da dinamite para os seres inferiores e grosseiros."
Discurso de 1882 num clube de jovens
fonte: Veja 26/10/2005

quinta-feira, 20 de outubro de 2005

Vontade de ter vontade

Ah, preguiça! Por que me persegue? Por que insiste em ser tão presente em minha vida? E o pior é que estamos no fim do ano. A presença dela é quase obrigatória na minha vida neste período do ano. Mas não é comum essa persistência. Acho que ela ficou com mais vontade de ficar do meu lado, depois que o senhor TCC chegou e alguns acontecimentos mudaram meu jeito de encarar as obrigações... Me deixa, me larga!

Como eu quero uma mudança de vida. Não precisava nem ser radical. Talvez algum elemento novo que me desse forças para ficar empolgado. Se bem que... Mas, enfim. As coisas correm demais. "O tempo ruge e a Sapucaí é grande", como diria o filósofo da TV. Não há tempo para fazer o que é para ser feito. E menos para dizer o que é preciso ser dito... Mas, enfim.

Só tenho que terminar todas as obrigações do ano: curso (pelo amor de Deus, esse já devia ter acabado), TCC (divertido mas cansativo) e estágio (esse eu queria só prologar). Aí férias. Que sabe com elas eu não consigo organizar minha cabecinha e colocar tudo em ordem na minha vida. Algumas coisas já poderiam estar muito mais que resolvidas, mas como diz o Sartorato, não podemos ter tudo o que queremos... Mas, enfim.

Quando eu chegar neste fim de ano acho que vou estar só a capa do Batman ou o pó da bolacha. Fato é que entrarei, com uma grande probabilidade, em uma crise existencial. Talvez a maior de minha vida. Vai ser daqueles fins de ano de mudanças bruscas, que me deixam assustado. Talvez, quem sabe, até lá não resolverei questões que medeixarão muito feliz... Ou não... Mas, enfim. Para quem está com preguiça, escrevi até demais.

Adendo - Foi emociante! Pela primeira vez vi um jornalista no momento em que recebe a notícia de que foi premiado, nacionalmente. A Deire Assis, repórter de Cidades, ganhou o prêmio principal do Denatran. Muito legal ver uma redação inteira feliz por uma colega. Parabéns, Deire.

sábado, 1 de outubro de 2005

Chorei

Ontem, eu chorei. Chorei pelas injustiças que cometi, pelas palavras erradas que disse e pelas certas silenciadas. Pelos momentos de dor, pela falta dos que amei, pela falta dos que amo. Chorei pela criança que me pediu dinheiro no sinal, pela senhora que dorme na rua embalada em sacos plásticos nas noites frias e pelas vidas que ficaram jogadas lá fora. Pela minha omissão, pela minha covardia e a falta de compaixão. Chorei quando lembrei dos dias de sol que não aproveitei, por todo pôr do Sol perdido e pelas noites de Lua em que eu estava nublado. Pelos momentos bonitos que deixei de viver com mais intensidade com meu pai, pelas palavras duras que já dirigi para minha mãe, pelas brigas com meus irmãos, pelas muitas ausências com meus avós, pela amizade que não pude ter com primos e a simpatia que não desenvolvi por alguns parentes. Pelos erros com os amigos. Chorei pelas vezes que nunca me defendi como devia, por me deixar ser humilhado, por humilhar. Pela soberba, vaidade, empáfia e pelo orgulho. Pelas vezes que ouvi aquela música e não escutei, que li aquele texto e não o senti. Pelo melodrama e a canção melosa que esnobei. Chorei pelos momentos sexuais reprimidos, pelos sussurros que não existiram. Pelo medo de ser mal interpretado. Chorei pelas vezes que não prestei a devida atenção, que soneguei ajuda quando precisaram. Pelos momentos de inveja. Pela falta de paciência e educação, pelas vezes que ignorei de propósito e sem querer. Pelas vezes em que gritei. Por destruir sentimentos.

Chorei pelas lágrimas que nunca verti. Pelas declarações que nunca fiz, pelos equívocos que provoquei, pelas ilusões que permiti em mim e nos outros. Por permitir que entendam tudo errado.

Desculpem pelo desabafo. Ele simplesmente escorreu.