segunda-feira, 30 de março de 2009

Juvenal e o telegrama

O Juvenal tava desempregado há meses.

Com a resistência que só os brasileiros têm o Juvenal foi tentar mais um emprego em mais uma entrevista.

Ao chegar ao escritório, o entrevistador observou que o candidato tinha exatamente o perfil desejado, as virtudes ideais e lhe perguntou:

- Qual foi seu último salário?
- Salário mínimo, respondeu Juvenal.
- Pois se o senhor for contratado, ganhará 10 mil dólares por mês!
- Jura?
- Que carro o senhor tem?
- Na verdade, agora eu só tenho um carrinho pra vender pipoca na rua e um carrinho de mão!
- Pois se o senhor trabalhar conosco ganhará um Audi para você e uma BMW para sua esposa! Tudo zero!
- Jura?
- O senhor viaja muito para o exterior?
- O mais longe que fui foi pra Belo Horizonte, visitar uns parentes...
- Pois se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos 10 vezes por ano, para Londres, Paris, Roma, Mônaco, Nova Iorque, etc.
- Jura?
- E lhe digo mais.... O emprego é quase seu. Só não lhe confirmo agora porque tenho que falar com meu gerente. Mas é praticamente garantido. Se até amanhã, sexta-feira, à meia-noite o senhor NÃO receber um telegrama nosso cancelando, pode vir trabalhar na segunda-feira com todas essas regalias que eu citei. Então já sabe: se NÃO receber telegrama cancelando até à meia-noite de amanhã, o emprego é seu!

Juvenal saiu do escritório radiante.

Agora era só esperar até a meia-noite da sexta-feira e rezar para que não aparecesse nenhum maldito telegrama.

Sexta-feira mais feliz não poderia haver.

E Juvenal reuniu a família e contou as boas novas.

Convocou o bairro todo para uma churrascada comemorativa à base de muita música.

Sexta de tarde já tinha um barril de chope aberto.

Às 9 horas da noite a festa fervia.

A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava solta.

Dez horas, e a mulher de Juvenal aflita, achava tudo um exagero.

A vizinha gostosa, interesseira, já se jogava pro lado do Juvenal.

E a banda tocava!

E o chope gelado rolava!

O povo dançava!

Onze horas, Juvenal já era o rei do bairro.

Gastara horrores para o bairro encher a pança.

Tudo por conta do primeiro salário.

E a mulher resignada, meio aflita, meio alegre, meio boba, meio assustada.

Às onze horas e cinqüenta e cinco minutos... Vira na esquina feito louco, um cara vestido de amarelo...

Era do Correio!

A festa parou!
A banda calou!
A tuba engasgou!
Um bêbado arrotou!
Uma velha peidou!
Um cachorro uivou!

Meu Deus, e agora? Quem pagaria a conta da festa?

- Coitado do Juvenal! Era a frase mais ouvida.
- Joguem água na churrasqueira!

O chope esquentou!
A mulher do Juvenal desmaiou!

O cara parou! Procurou e se dirigiu ao Juvenal:

- Senhor Juvenal Batista Romano Barbieri?
- Si, si, sim, so, so, sou eu...

A multidão não resistiu...
- OOOOOHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!

E o cara de amarelo:
- Telegrama para o senhor...

Juvenal não acreditava...

Pegou o telegrama, com os olhos cheios d'água, ergueu a cabeça e olhou para todos.

Silêncio total.

Não se ouvia sequer uma mosca!

Juvenal respirou fundo e abriu o envelope do telegrama tremendo, enquanto uma lágrima rolava, molhando o telegrama.

Olhou de novo para o povo e a consternação era geral.

Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler.

O povo em silêncio aguardava a notícia e se perguntava:
- E agora? Quem vai pagar essa festa toda?

Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo que o encarava...
Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou a gritar eufórico.

- Mamãe morreeeeuuu! -Mamãe morreeeeuuu!!!!!!!



(Recebido por e-mail. Já publicado em zilhares de blogs. Autor Desconhecido)

sexta-feira, 27 de março de 2009

Xuxa: "Tenho orgamos múltiplos, durmo sem calcinha e vi duende"

Está na coluna Zapping, do jornal Agora de São Paulo de hoje: Xuxa falou, em entrevista ao Altas Horas, ontem (quinta-feira), em São Paulo, que tem orgasmos múltiplos e dorme sem calcinha. Ela também reafirmou que viu um duende. E contou detalhes. Disse que uma vez tinha um debaixo de sua cama, puxando o edredom.

Sem comentários.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Maconholândia: 1 tonelada da erva apreendida

É a Maconholândia. Tem muito coleguinha por aí que iria adorar... não fosse a onda de violência.

O negócio está feio. A operação na Rocinha começou no início da manhã desta quarta-feira, antes das 6 horas. Na chegada dos policiais à região foram ouvidos fogos e disparos de tiros. Pouco mais tarde os policiais encontraram de manhã um segundo laboratório clandestino para refino de cocaína e uma tonelada de maconha foi apreendida. A notícia completa no Uol (clique aqui para ler).

Como dizia o programa do Silvio Santos: isto é incrível! É ou não é?

Foto: Victor R. Caivano/AP (www1.folha.uol.com.br)

quarta-feira, 18 de março de 2009

Como dar uma notícia

Essa é para alguns que acham que leitores, ouvintes, internautas e telespectadores não percebem certas coisas. O texto a seguir chegou até meu e-mail por meio de uma corrente. São grandes sacadas. Confira:

A história de Chapeuzinho Vermelho na imprensa e a versão de cada veículo

Jornal Nacional
(William Bonner): "Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um Lobo na noite de ontem..."
(Fátima Bernardes):"...mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia".

Programa da Hebe
(Hebe Camargo): "... que gracinha gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?"

Brasil Urgente
(Datena): "... onde é que a gente vai parar? Cadê as Autoridades? Cadê as autoridades?! A menina ia para a casa da vovozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva... Um lobo, um lobo safado. Põe na tela!! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não."

Revista Veja
Lula sabia das intenções do lobo

Revista Cláudia
Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho

Revista Nova
Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama

Folha de S. Paulo
Legendada foto: "Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador". Na matéria, box com um zoólogo explicando os hábitos dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador.

O Estado de S. Paulo
Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT

O Globo
Petrobrás apóia ONG do lenhador ligado ao PT que matou um lobo pra salvar menor de idade carente

Zero Hora
Avó de Chapeuzinho nasceu no RS

Agora (SP)
Sangue e tragédia na casa da vovozinha

Jornal Super Notícias
Lobo mastiga as tripas da chapeuzinho e lenhador destrói tripas do lobo para retirar a garota (foto ao lado da barriga do lobo com as tripas para fora)

Revista Caras
(Ensaio fotográfico com Chapeuzinho na semana seguinte)
Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS: "Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa."

Playboy
(Ensaio fotográfico no mês seguinte)
Veja o que só o lobo viu

Revista Isto É
Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente

G Magazine
(Ensaio fotográfico com o lenhador)
Lenhador mostra o machado

Super Interessante
Lobo Mau. Mito ou verdade?

Discovery Channel
(Narrador): Vamos mostrar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver


* * *
De volta da Amazônia: Não consegui ver Chaaarles! e a duquesa da Cornualha, mas de brinde vi Luana Piovanni (risos). Tirando os famosos, a viagem foi muito bacana. Consegui, enfim, conhecer o Teatro Amazonas e tive a sorte de escutar a Filarmônica de Manaus ensaiando O Guarani para o príncipe. Melhor impossível.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Diário da Amazônia 2: No hotel com Príncipe Charles e o Iron Maiden

Confesso que estou vivendo um dia bastante atípico. Já não bastasse o fato de estar em Manaus, em plena Amazônia, fora da minha rotina e ter participado de um "teste ride" da Honda, descobri que estou a poucos quartos da turma do Iron Maiden e que o Príncipe Charles também vai pintar por aqui amanhã. Para completar acabo de entrar na internet e ver que um avião de pequeno porte caiu em Goiânia, no estacionamento do Shopping Flamboyant.

Agora há pouco encontrei no corredor o próprio Bruce Dickinson e sua trupe. Eles haviam acabado de chegar do ensaio, no sambódromo de Manaus, onde será o show. Como não sou fã e não estava com minha câmera na mão, não fiz muita questão de tirar uma foto. Tenho certeza que tem gente que vai me matar por isso.

O mais engraçado é que foi meio cinematográfico. Eu estava sozinho no lobby do salão procurando minha localização no mapa e de repente escutei o segurança: "Chegaram!" Entraram sorrindo, tiraram uma foto com personal trainer do hotel e foram para seus quartos. Só eu vi.

Foi tudo muito rápido, nem deu tempo de tentar uma entrevista exclusiva – o que eu realmente queria. Quando estava me aproximando, saíram apressados para os quartos. Ontem, porém, algumas pessoas os viram bem mais a vontade – muito bem acompanhados de uma caipirinha. Quem sabe daqui a pouco não consigo essa exclusiva (risos).

Chaaarles! (com sotaque britânico)
Hoje à noite tem uma espécie de jantar temático, com dança de boi-bumbá e tudo. O assessor de imprensa estava morrendo de medo de perder a reserva desse show, caso o Príncipe Charles, que visitará a Amazônia e ficará no mesmo hotel em que estamos (Tropical Hotel Manaus), decidisse ver o show.

Agora há pouco vi dois seguranças com o emblema da segurança do Reino Unido. Um deles me encarou como se eu fosse um terrorista. Eu, hein! Mas ficamos sabendo que sua alteza e sua mulher, a duquesa da Cornualha – para os íntimos Camilla Parker Bowles – chegam só amanhã. Espero não ter problemas com o check out, tentando outra exclusiva (risos). Ou, pelo menos, uma fotinha de longe (mais risos).

Minha viagem ao meio da Amazônia

Desde terça-feira estou em Manaus, no meio da Amazônia, a trabalho. Estamos em um grupo de pouco mais de 50 jornalistas para conhecer um novo lançamento da Honda (que tem uma das maiores fábricas aqui na Zona Franca de Manaus).

Os "japoneses brasileiros" estão lançado três novos produtos. O que chama bastante atenção é a moto Honda CG Titan 150 Mix, a primeira do mundo a ser "flex" como um carro, isto é, ser bicombustível, que roda tanto com gasolina como com álcool. Nas lojas até o final do mês, ela vai custar só um pouco mais do que a convencional.

Novas tecnologias a parte, o que tem me impressionado mais uma vez, no entanto, é cidade. Manaus, vista pela primeira vez, surpreende. Perde-se, já de cara, a impressão preconceituosa de que é um buraco no meio do nada – graças à visão umbista de quem só enxerga Sudeste e Nordeste.

Urbana
Trata-se de uma cidade grande, que tem muitos problemas urbanos. Sua maior sina é especialmente a falta de planejamento. Como é muito antiga e de origem espontânea, cresceu (e continua crescendo) desordenadamente. O fato que mais chama a atenção, porém, é tentar entender como ela existe, estando cravada no meio da Amazônia.

Chegando de avião, quase não se acredita que, no meio da floresta que se vê vendo pela janela, será possível encontrar uma cidade. De cima, antes de chegar, só se vê rios, igarapés e árvores de copas altas. Muitas. Mas eis que de repente surge Manaus, uma cidade que hoje só está no mapa graças a sua Zona Franca industrial.

Praieira
Outro fato curioso é que apesar de estar bem no meio do continente, a cidade tem uns trechos em que parece uma cidade praiera. Isso mesmo! Banhada pelo Rio Negro (que na foto se encontra com o Solimões, sem se misturar), ela tem orla com pista de cooper, barraquinhas e tudo. Só falta a areia fina e uma água azul ou esverdeada. Mas isso é querer demais.

O tipo humano que se encontra por aqui também é bem diferente. Fruto de uma mistura de branco, negro e índio, o manauara típico é único. A elite "branca", claro, está aqui, firme e forte, mas é minoria. Ao final da viagem, volto aqui para falar um pouco mais das minhas "observâncias", algumas delas curiosas como essa.


* * *
Esta semana assisti a O Leitor. Como imaginava, trata-se de outro filme muito melhor do que Quem Quer Ser Um Milionário?, o dono do Oscar "interesseiro" de Melhor Filme deste ano.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Filminho de meia pataca

Muitas críticas têm sido feitas à entrega do Oscar para Quem Quer Ser Um Milionário? (foto). Todas, sem exceção, têm fundamentos pertinentes. Depois de assistir ao filme fiquei chocado com o cinismo das velhas da Academia. Aquilo ali não é melhor filme nem aqui aqui, nem na China... ops, Índia.

Mas não condeno as sábias senhoras. Elas estão fazendo a parte delas como as poderosas de uma indústria. O que tocou mesmo os "jurados" da Academia, em Quem Quer Ser Um Milionário? foi a chance de ganhar uma grana. Não há outra justificativa para dar tanto prêmio para esse filminho de meia pataca, bonitinho mas ordinário.

Aliás, não há motivo, se não o de que Hollywood está tentando entrar em Bollywood pela porta da frente. Ou por uma janela aberta. Bollywood, como "carinhosamente" é chamada a grande e cafona indústria cinematográfica da Índia, hoje, é uma potência que em números supera e muito a indústria americana.

A Índia tem a segunda maior população do mundo, quase 1,14 bilhão de pessoas – o mercado mais potencializado fora do continente americano (a Globo também já sacou isso).

As senhoras de Hollywood não estiveram nem aí para a qualidade cinematográfica neste caso. Até mesmo O Curioso Caso de Benjamin Button merecia muito mais o prêmio de melhor filme. Ainda não assisti aos outros concorrentes – Milk, O Leitor e Frost/Nixon –, mas me parece que até eles têm mais potencial (não para vender a Bollywood, claro).

Os dois verdadeiros melhores filmes do ano (falando de indústria cinematográfica) se deram mal. Batman - O Cavaleiro das Trevas mal foi lembrado. Ensaio Sobre a Cegueira nem isso.