domingo, 30 de novembro de 2008

Lar, doce Lar

Lar, doce Lar. Pode ser lugar comum, mas não tem nada melhor. Todas as vezes que venho para minha casa em Pires do Rio, sempre fico diferente, melhor. Praticamente não sou o estressado de sempre, às voltas com correrias no trabalho, no trânsito, na academia, nas coisas do cotidiano. Pensar que na semana que vem, e durante um mês, vou trabalhar 10 horas diárias. Explico: dobrarei meu horário no trabalho. Pudera eu congelar o tempo e deixar tudo como está agora, sem preocupação.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

As duas loiras goianas

Fiquei abismado. O que essas meninas estão pensando? Quando mais vivo mais sei quanto as pessoas são diferentes – e algumas esquisitas (perdoem o julgamento). Isso é fato desde que o mundo é mundo. O problema é que a cada dia que passa essas pessoas ganham mais a nossa atenção curiosa (e a mídia colabora com isso).

Primeiro foi aquela Fernanda, pivô da crise da separação da Susana Vieira. Menina que, como dizemos na redação do jornal, saiu da fábrica de meninas-loiras-de-chapinha* que existe em algum canto de Goiânia.

Ninguém é santo, não podemos atirar pedra pela traição. Mas sou o primeiro criticar alguém que, na ânsia desmedida de aparecer, se humilha ao ponto de voltar à TV (por R$ 40 mil, dizem – sem falar no "cachê" de R$ 7 mil, pedido à revista Veja) para se declarar apaixonada por um cara que há poucos dias lhe esmurrou. Sem comentários.

Ontem, foi a vez de outra loirinha, Helen, namorada que se diz noiva de Mohammed D'Ali, o esquartejador da inglesa Cara Burke. Em uma entrevista à TV (de novo a mídia dando espaço!) a – desculpem a expressão – idiota disse que matar esquartejando é como matar atropelando. E mais: "se fosse uma pessoa de cor e de cabelo ruim e não uma inglesa de olho claro", em suas palavras, "ninguém daria tanta atenção".

Já não duvido de que as pessoas são capazes de tudo. Tudo mesmo. Onde vamos parar? Não sei.

* Por favor, nada de preconceito contra as loiras. O fato delas serem descoloridas é mera submissão à moda

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Blogosfera: em seis meses blogs e blogueiros foram citados 11.572 vezes em veículos de comunicação

Um estudo da The Jeffrey Group, uma agência internacional de Relações Públicas, revelou crescimento na influência da Blogosfera na América Latina. De acordo com a pesquisa feita durante seis meses, blogs e blogueiros foram citados 11.572 vezes nos principais veículos de comunicação da região. A maior parte dos blogs influentes citados pelo estudo são escritos por jornalistas.

Intitulado The Blogosphere in Latin America: An Analysis of the Region’s Webfluentials (algo como A blogosfera na América Latina: uma análise regional da influência Web), o estudo examina o impacto e padrões de blogar na América Latina e apresenta a tendência como um crescente meio de comunicação com potencial para negócios e organizações.

“As estatísticas da penetração da internet na América Latina estão alcançando os recordes de crescimento e impacto próximos à realidade dos Estados Unidos”, afirma Jorge Ortega, presidente do grupo.

Mais acessados - Soledad Laborde, pesquisadora e antropóloga da The Jeffrey Group em Buenos Aires, conduziu o estudo e coordenou várias entrevistas com os principais blogueiros no Brasil, Argentina, México e Venezuela. A pesquisa contemplou os 175 blogs mais acessados na América Latina especializados em assuntos diversificados, como tecnologia, política e notícias de interesses gerais.

O relatório também apresenta exemplos da influência dos blogs e casos cujo posicionamento dos blogs (posts) afetaram o comportamento das organizações e seu relacionamento com a comunidade e o mercado. “O estudo revela que o impacto do blog pode influenciar a mídia tradicional, assim como a percepção pública das empresas, organizações, instituições públicas e sociedade como um todo”, diz a pesquisadora.

“Os blogueiros da América Latina estão conquistando um aumento de poder e influência que sustentam seus comentários (posts) com pontos de vista, e o impacto que os blogs deles têm no país pode até mesmo, cruzar as fronteiras”, completa.

O estudo aponta que os blogueiros latino-americanos devam ser vistos como alvos estratégicos e profissionais que se utilizam da comunicação digital online para atingir estrategicamente um programa surpreendente de público direto.

Destaques do Estudo
- Jornalistas são autores de 61 dos 168 blogs pesquisados nos quatro países estudados pela The Jeffrey Group. A maioria justificou que a liberdade editorial é o motivo principal de manter um blog.

- A cobertura da mídia na América Latina entre blogs e blogueiros é difundida. Entre centenas de reportagens revisadas durante seis meses, a The Jeffrey Group encontrou 11.572 menções de blogs e blogueiros nos quatro países estudados.

- De acordo com o Target Group Index (TGI), um estudo de mercado global com fonte única de pesquisa, foi estimado que existe 9,1 milhões de blogueiros na América Latina em 2007, ou 7% dos usuários de internet latino-americanos. Esta média é apenas um pouco inferior à média dos internautas dos Estados Unidos: 8% deles são blogueiros.

- Também, de acordo com o TGI, o uso da Internet na América Latina cresceu 590% entre 2000 e 2007, o dobro da média mundial.

Fonte: The Jeffrey Group (www.thejeffreygroup.com).

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Quem foi que disse?

Quem foi que disse que é preciso ser bom em tudo? Quem foi que disse que as pessoas são confiáveis? Estas são duas perguntas que estão massacrando minha cabeça nos últimos dias. Acho que há horas em que as pessoas devem entender que simplesmente falhamos e que quase ninguém é tão confiável quanto parece.

Tenho pensando também em buscar fontes de inspiração para responder a essas questões. Acredito que devemos aprender muito com os budistas sobre o despreendimento e o perfeccionismo.

Sobre a desconfiança, bem, a melhor lição talvez venha mesmo dos velhacos políticos, que conseguem antecipar e prever mais coisas, entre os espertalhões que querem os passar para trás, do que os meros cidadãos mortais.

Antes que pensem: nada pessoal aconteceu. É que estou mais contemplativo, ligado a questões reflexivas mesmo. Talvez seja conseqüência de minha tática ousada, porém necessária, de programar minhas férias do ano que vem somente para outubro – um ano e quatro meses depois das últimas. Preciso meditar e pensar para aguentar essa (risos).

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O próximo presidente do início do resto de nossas vidas e outras histórias

O melhor comentário da semana veio de um dos repórteres do CQC, programa da Band: "Amanhã [hoje] os eleitores dos Estados Unidos vão eleger o próximo presidente que vai comandar o Brasil". A gente tem de rir um pouco das coisas, não é?

Especialmente depois de saber que, nessa lenga-lenga toda de eleição americana, o banco que você usa (obrigado, saliente-se) ainda vai ficar mais poderoso depois de uma fusão e vai arrancar mais seu couro.

E por falar em dinheiro fico cada dia mais raivoso com esse tanto de taxa pra pagar. Além de ter de pagar seguro particular do carro – porque a sociedade não permite que durma em paz sem isso e blá, blá, blá – ainda tenho a obrigação de pagar um imposto que é quase metade do meu salário.

Salário que está cada vez menos poderoso. Chega a ser tão decandente e impopular lá em casa quanto o Bush filho, que não conseguiu fazer sucessor. "Uai, Texas, o que aconteceu?". "Sei lá, sô. Vamo consultar aquele livro infantil de cabeça pra baixo, que ajudou tanto em 11 de setembro de 2001".

E olha que já estão chamado o próximo manda-chuva de todas as nossas vidas de próximo presidente da crise. Quero ver se ele vai resolver a crise lá em casa: eu querendo mais dinheiro e ele, tão desejado, tão bem-vindo (tratado tão bem!), indo embora do Brasil.

Vindo para cá, mesmo, só artista em fim de carreira. Aos montes: Chrissie Hynde, Gloria Gaynor, Julio Iglesias, Cindy Lauper, Scorpions, ... Talvez seja por isso que Madonna resistiu tanto em vir. Este ano, finalmente vem. Sei não, viu! Mas acho que aquela história de acabar a carreira ao 50 ainda está de pé e muito.

Vamos aproveitar a onda e pedir para que o Bush venha também. Quem sabe ele não ganha uma graninha extra (só não serão petro-doláres!) antes de vestir o pijama e não dê uma passada lá em casa.

Bem, deixa eu ir, porque vou pingar o meu colírio alucinógeno, como diz o Símio Simão (rs, gostei mais dessa do que do Macaco), que é pra não ver e falar tanta besteira. Vou tentar dormir antes que o resultado lento da eleição americana saia. Será que se eu dormir um mês inteiro já dá o tempo de esperar os primeiros 5% das urnas apuradas?

domingo, 2 de novembro de 2008

Meu orgulho em ser jornalista

Sentado, escrevendo, posso mudar o mundo. Sempre lutei por essa convicção.

Mas às vezes, alguns fatos bambeiam essa credulidade. Há algumas semanas, por exemplo, quando estava na editoria de Política, presenciei, horrorizado, a irresponsabilidade de alguns que se dizem jornalistas.

Havia chegado à redação a informação de que uma TV (concorrente) noticiou que um professor do Cefet em Goiânia gastara mais de R$10mil em um só mês com cartão corporativo, baseada apenas na informação de uma fonte oficial e um site de transparência (a informação realmente está lá, infelizmente mal detalhada, descobriria eu mais tarde).

Fomos checar, claro. Fazendo o básico do jornalismo responsável e descobri uma grosseira barriga da TV – o que no jargão jornalístico significa dar uma informação errada ou inexistente. Perdi uma tarde inteira de trabalho. No entanto valeu a pena: não repetiríamos o erro de ir somente pela fonte oficial, que deveria zelar pela verdade e pelo cuidado no que afirma, de acordo com o cargo que ocupa.

Diferente da TV fui mais embaixo no buraco e parti para uma apuração no lugar mais óbvio: o próprio Cefet. Sem muito esforço, tive acesso aos comprovantes que o professor anexara para justificar os gastos. Tratava-se de pagamentos de visitas técnicas com mais de cem alunos dos cursos de Hotelaria e Turismo naquele mês. O programa das disciplinas timbrado, a que também tive acesso, dava a prova final de que tudo aquilo fazia parte dos gastos normais do curso.

Terminei o dia arrasado: constatara, outra vez, que no afã do sensacionalismo, na vã ilusão de dar um furo ou simplesmente fazer barulho em troca de audiência, alguns que se dizem jornalistas fazem na verdade pseudo-jornalismo.

O contrapeso, felizmente, veio quando terminei de ler Coração Valoroso, testemunhou visceral de Mariane Pearl, auxiliada na escrita por Sarah Crichton. A obra conta, por dentro dos bastidores, a história do assassinato em 2002 do jornalista Daniel Pearl, repórter do Wall Street Journal, marido de Mariane, que mesmo debaixo do perigo não perdeu a convicção de que jornalismo de verdade é possível.

O fato ganhou destaque na mídia internacional. Para que não se lembra, tentado fazer seu trabalho, Daniel foi fisgado por uma cilada de terroristas ligados à organização Al Qaeda e morto por ser americano e judeu. Há muito ele reportava sobre os conflitos mundiais no pós-11 de setembro e deu grandes contribuições para que pessoas comuns, como eu e você, entendessem do que se tratava aquilo tudo.

Honesto com quem realmente interessa, seus leitores, Pearl foi traído pelo destino. Circulando por caminhos que o poderiam levar a risco de morte, foi em frente até as últimas conseqüências. Por conta de uma inocente credulidade nos seres humanos, caiu em uma armadilha do ódio e morreu a serviço de seus leitores.

O livro, infelizmente, recebeu uma descuidada versão em português na Editora Objetiva e não é um primor literário, apesar das lições valorosas. A quem interessar, foi filmado para o cinema em O Preço da Coragem, com Angelina Jolie no papel de Mariane. Mas vale a pena ser conferido especialmente por quem às vezes começa a perder as esperanças, como acontece comigo vez ou outra.