domingo, 10 de maio de 2009

O início da nossa "liberdade de imprensa"

É preciso dizer verdades. Com a palavra Laurentino Gomes, autor do livro que estou lendo, 1808.

"Para fugir à censura, o Correio Braziliense, primeiro jornal brasileiro, era publicado em Londres [a partir de junho de 1808]. Seu fundador, o jornalista Hipólito José da Costa, nasceu no Rio Grande do Sul e deixou o Brasil quando tinha dezesseis anos. [Viveu nos Estados Unidos, Portugal e, por fim, Inglaterra]. (...)

O mesmo Hipólito que defendia a liberdade de expressão e ideias liberais acabaria, porém, inagurando o sistema de relações promíscuas entre imprensa e o governo no Brasil. Por um acordo secreto, D. João começou a subsidiar Hipólito na Inglaterra e a garantir a compra de um determinado número de exemplares do Correio Braziliense, com o objetivo de prevenir qualquer radicalização nas opiniões expressas no jornal. Segundo o historiador Barman, por esse acordo, negociado pelo embaixador português em Londres, D. Domingos de Sousa Coutinho, a partir de 1812 Hipólito passou a receber uma pensão anual em troca de críticas mais amenas ao governo de D. João, que era um leitor assíduo dos artigos e editoriais da publicação."

Inventava-se, assim, em terras tupiniquins, o poder público que suborna a imprensa. E a parte da imprensa que aceita isso passivamente (ou ativamente, como queira).

Como se sabe, em 201 anos, criou-se uma orda de seguidores.

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